Rio Maranguapinho

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Rio Maranguapinho
Localização
País
Localização
Coordenadas
Dimensões
Comprimento
34 km
Hidrografia
Tipo
Nascente
Foz

O Rio Maranguapinho é um rio brasileiro que banha o estado do Ceará. É o maior afluente do rio Ceará tendo sua nascente na Serra de Maranguape. Cruza os municípios de Maranguape, Maracanaú, Fortaleza e Caucaia.[1]

O rio tem percurso total de 34 km. Alguns de seus afluentes em Maranguape são os rios Gavião e Pirapora, que também têm suas nascentes na serra de Maranguape. Na margem esquerda do rio existe a Fazenda Raposa, de propriedade da Universidade Federal do Ceará localizada no bairro Jaçanaú, em Maracanaú, constituindo uma reserva ambiental com uma coleção de palmeiras. No outro lado da margem existe a maior lagoa de tratamento de esgoto do Brasil administrada pela Cagece.[2]

Condições Pluviométricas[editar | editar código-fonte]

O Maranguapinho, como todo curso de água cearense, sofre influência das variações das precipitações pluviométricas, sendo suas descargas máximas observadas na época das chuvas de janeiro a junho. Devido sua proximidade ao litoral e à serra de Baturité, sua bacia está inserida em uma região de clima tropical quente úmido, na maior parte do curso, e tropical subquente úmido, próximo à nascente.[3]

Problemas Ambientais[editar | editar código-fonte]

Ao passar pelas cidades de Maranguape, Maracanaú e Fortaleza, tem suas margens ocupadas por moradores de baixa renda que por não terem estrutura de saneamento, ocasionaram no aumento da degradação do rio.

Em 2007 foi lançado programa de requalificação do Maranguapinho como parte integrante de um plano de investimentos do Governo Federal para retirada de todas as moradias das margens do rio e controle de enchentes.[4]

Projeto Rio Maranguapinho[editar | editar código-fonte]

O Projeto Rio Maranguapinho tem como área de intervenção a Região Metropolitana de Fortaleza, mais especificamente os municípios de Fortaleza, Maranguape, Maracanaú e Caucaia. Concebido pelo Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria das Cidades, em parceria com o Governo Federal, através do Ministério das Cidades e interveniência da Caixa Econômica Federal.

O Projeto ambiciona solucionar problemas históricos e recorrentes de inundações que dificultam a vida dos moradores das proximidades do rio, e teve seu início efetivo com a execução de obras em 2009 (PAC1), e em 2015 (PAC2). O Programa promove a melhoria das condições de habitabilidade da população que reside na faixa de alagamento em situação de alto risco, e nas áreas adjacentes ao Rio Maranguapinho, além de promover a recuperação socio-ambiental do mesmo.[5][6]

O Projeto constitui-se de uma combinação de intervenções, que inclui:

  • Obras de controle e amortecimento de ondas de cheias (Barragem Maranguapinho),
  • Obras de desassoreamento, dragagem do rio e saneamento (esgotamento sanitário);
  • Obras de urbanização ao longo do rio e recomposição da mata ciliar;
  • Obras de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), para remanejamento de famílias.[7]
  • Área de Proteção Ambiental do Rio Maranguapinho (Unidade de conservação);[8][9]

A implantação das obras está dividida em cinco trechos (Zero, I, II, III e IV) e situam-se ao longo do próprio Rio, no entorno da Barragem e nas áreas de assentamento da população impactada.[10][11]

Barragem Maranguapinho[editar | editar código-fonte]

A barragem foi construída em 2012, e é um dos principais pontos do projeto de reestruturação e revitalização do rio, e visa diminuir a faixa de inundações e controlar o volume de água na época das chuvas, tendo integrado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Ministério das Cidades. A obra possui 306,84 hectares, com capacidade para acumular 9,3 milhões de metros cúbicos de água,[12] e recebeu recursos da ordem de R$ 85 milhões.[13][14]

Em 2018 foram construídos e adicionados à barragem 3,8 km de adutora de 400 mm, e uma estação de bombeamento no local (parede da barragem), que adiciona 200 litros por segundo ao sistema, destinados à cidade de Maranguape,[15] e aos distritos de Sapupara e Amanari.[16] Essa obra integra o açude Maranguapinho ao sistema hídrico metropolitano,[17] dando à ETA Gavião uma certa reserva, incrementando e reforçando a oferta hídrica para a Região Metropolitana de Fortaleza.[18][19][20]

Referências

  1. «Governo do Ceará inaugura trecho urbanizado do Maranguapinho». Governo do Estado do Ceará. 3 de setembro de 2019. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  2. «Rio Maranguapinho». www.sbpcnet.org.br. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  3. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME.
  4. «Obras de urbanização do Rio Maranguapinho ocorrem há 11 anos - Metro - Diário do Nordeste». diariodonordeste.verdesmares.com.br. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  5. «Projeto Rio Maranguapinho». cidades.ce.gov.br. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  6. «Três mil famílias esperam retirada das margens do Rio Maranguapinho - Metro - Diário do Nordeste». diariodonordeste.verdesmares.com.br. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  7. Magalhães, Lidia (2018). «URBANIZAÇÃO DE ASSENTAMENTOS: RECUPERAÇÃO DAS MARGENS DO RIOMARANGUAPINHO» (PDF). sisgeenco.com.br. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  8. «JUSTIFICATIVA-APA-DO-RIO-MARANGUAPINHO_19_09_20» (PDF). sema.ce.gov.br. 2020. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  9. «APA do Rio Ceará é ampliada e engloba o Maranguapinho | Conservation Areas in Brazil». uc.socioambiental.org (em inglês). Consultado em 2 de outubro de 2020 
  10. «Fim das obras no Rio Maranguapinho, na Grande Fortaleza, é adiado para 2021 e moradores permanecem em locais inadequados». G1. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  11. «Assinada a Ordem de Serviço para conclusão de trechos do Rio Maranguapinho». Governo do Estado do Ceará. 7 de agosto de 2020. Consultado em 1 de outubro de 2020 
  12. «Portal Hidrológico do Ceará». funceme.br. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  13. «Barragem do Rio Maranguapinho é concluída e aguarda inauguração - Metro - Diário do Nordeste». diariodonordeste.verdesmares.com.br. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  14. «Barragem Maranguapinho». www.pbconstrucoes.com. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  15. «LEI Nº16.821 - Do Município de Maranguape» (PDF). ipece.ce.gov.br. 9 de janeiro de 2019. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  16. Giordani, Lídio Campos (27 de novembro de 2018). «Modelagem hidrológica e hidráulica no rio Maranguapinho mediante cenário de mudanças climáticas». Consultado em 2 de outubro de 2020 
  17. http://emmdesigner.com.br, Elder Mnedes Desenvolvimento-. «Plano prevê transferência de água entre açudes e mais poços | CSBH Rio Banabuiú». Consultado em 2 de outubro de 2020 
  18. «Segurança hídrica: governador aciona Sistema Adutor da Barragem do Maranguapinho». Secretaria dos Recursos Hídricos. 30 de junho de 2018. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  19. Veras, Pedro (2016). «Observações sobre os impactos hidrológicos na barragem do Rio Maranguapinho em Maranguape-CE». periodicos.ufrn.br. Consultado em 2 de outubro de 2020 
  20. «Plano de Segurança Hídrica da Região Metropolitana de Fortaleza» (PDF). mpce.mp.br. 2016. Consultado em 2 de outubro de 2020 
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